Somos um só em Cristo Jesus

Setembro é o mês da Bíblia. Como Igreja, queremos fazer um itinerário celebrativo e formativo. Há 50 anos, somos convidados e convidadas a refletir um livro bíblico, com o intuito de nos formarmos e aprendermos mais sobre a palavra de Deus. Em 2021, o convite é para nos aprofundarmos na Carta de São Paulo aos Gálatas, que tem como tema central a defesa do evangelho do amor gratuito de Deus, manifestado em Jesus Cristo crucificado. Diante do grupo judaizante que pregava a necessidade da Lei para a salvação, Paulo insiste na ação amorosa e gratuita de Deus (Gl 2,16).
Esta carta continua questionando o nosso seguimento a Jesus Cristo: a nossa vivência do evangelho é baseada na graça e no Espírito ou no cumprimento de ritos e preceitos? Cada pessoa cristã precisa dar a sua resposta a essa pergunta.
Queremos mergulhar no estudo e na reflexão desta epístola, buscando luzes para iluminar nossa caminhada pessoal e comunitária. Por isso, propomos um itinerário formativo sobre alguns aspectos importantes da Carta aos Gálatas, que busca contextualizar sua mensagem, refletir sobre seus aspectos e motivarmos a um aprofundamento.

O evangelho de Jesus Cristo crucificado (Gl 2,11-21)
As primeiras comunidades que seguiam Jesus enfrentaram muitas dificuldades em romper as barreiras impostas pela Lei judaica, que separavam os judeus dos não judeus. Revendo o passado, vamos olhar a nossa prática para identificar o que nos impede de viver uma vida conforme as exigências do evangelho e reafirmar nosso compromisso com as pessoas crucificadas de hoje.

Todos somos um em Cristo Jesus (Gl 3,1-14.26-29)
Compreender que a fé nos torna filhas e filhos de Deus e que n’Ele todos somos um. É preciso refletir sobre a unidade a que somos chamados e chamadas a vivenciar a partir de Cristo Jesus. Como pessoas batizadas, a nossa vocação é deixar que Cristo viva em nós, ou seja, olhar a realidade com os olhos d’Ele e romper as barreiras social, religiosa e cultural.

Viver o amor e a ternura na missão (Gl 4,12-20)
Paulo vivenciou uma experiência profunda de acolhimento nas comunidades dos gálatas apesar de sua doença, o que favoreceu o amor e a amizade entre eles. A vivência de verdadeiras relações fraternas em nossas atividades pastorais fortalece o compromisso com a construção do Reino de Deus.

O viver em Cristo nos torna livres (Gl 5,1-12)
Como pessoas cristãs, recebemos o Espírito de Deus como força criadora, profética, sapiencial e libertadora para viver como Jesus viveu. As comunidades cristãs têm a missão de vivenciar a liberdade e uma fé que age por meio do amor (5,6). O excessivo apego a normas, ritos e regras pode nos afastar do seguimento de Jesus de Nazaré.

Livres para amar e servir (Gl 5,13-6,10)
Para não deixar dúvidas sobre a identidade cristã, Paulo apresenta uma série de exortações às comunidades dos gálatas e reforça que a vocação cristã é para a liberdade, o que implica viver segundo o Espírito. Aquele ou aquela que vive segundo as obras da carne provoca rupturas consigo mesmo, com Deus e com o próximo. A vida, segundo o Espírito, é pautada pelo amor, que se expressa no serviço solidário para com todas as pessoas.
Que a leitura e a reflexão da carta aos Gálatas possam lançar novas luzes para a nossa vivência individual e comunitária. Deixemos ecoar em nossos corações os apelos para uma vida cuja marca seja o amor solidário para com todas as pessoas: “Não nos cansemos de fazer o bem” (Gl 6,9a).

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